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Quando o vovô Nataner falaceu a tia Cenira me pediu pra escrever pro Estandarte, neste importante veículo de comunicação dos presbiterianos, sempre há espaço para os avisos de falecimento. Na epoca pensei que não saberia o que escrever até porque como neta, não sou filha... pode parecer uma coisa óbvia quando se lê, mas para mim e (mto mais gente) ele era um pai.

Hoje, com um ano de sua morte, e lembrando o dia de seu nascimento, decidi escrever...

Escrever sobre quem ele representava para nós, seus filhos.

O seu Nataner era um homem bastante radical em suas decisões e posturas, não assuntava com o pecado, não aceitava brincadeiras com o nome de DEUS, tinha bastante reverência a Palavra e ao Autor Dela. Sempre, quando podia (e fazia questão disso), ficava deitadinho no seu canto com as pernas dobradas e ora declamava um texto da Bíblia (creio que com os ouvidos na conversa da Cozinha) e ora cantarolava um hino.

Na primeira oportunidade que tinha de abrir as Escrituras, lá estava rodeado por todos nós, e com a Bíblia aberta, não precisava muito de didática ou exegese, o importante era o que a estava escrito e nisso ele era contundente...

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Em uma das viagens que fizemos para Rio PReto, não sei se todos sabem, ao menos agora saberão.... mamãe Miriam nos levou sem um motivo especifico para lá... não falou muito durante a viagem, mas lembro do momento que chegamos e, sem muitas delongas, a vi aos pés do vovô, pedindo perdão a ele por te-lo desobedecido ao casar-se com meu pai....O vovô creio que não esperava, ou em seu espirito já imaginava, ajoelhou-se também e pediu perdão a minha mãe.... Imagine? Ele pediu perdão...Não me recordo mais das palavras que foram ditas naquele dia, só me lembro das ações/atitudes e, foi por causa daquele dia, apartir desse momento, que vi o vovô como MEU PAI. Ele junto com a vovó abraçaram minha mãe e a abençoaram, vi lágrimas nos olhos do vovô enquanto ele, à maneira dele, tocava a mamãe, enquanto isso a vovó sempre emotiva, se misturava entre sorrisos e choros... 

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Quando a tia Cenira ficou debaixo de uma arvore, logo após enterrarmos o vovô, e cheguei pertinho para abraça-la, ela balbuciou no meu ouvido: "ele era meu pai", tive a mesma sensação do dia da viagem da mamâe e percebi como todos os silvas FORAM e SÃO abençoados por ter tido um NATANER.

Ele foi presente e em muitas situações ausente, ele foi atuante e em algumas situações faltante, ele falava o que precisava e muitas vezes poderia ter deixado de falar, ele acertou e também falhou, ele ajudou mas também deixou de ajudar. Com quem tinha mais intimidade chegava junto, e com as visitas sempre solícito.... qual o pai que não é assim. Acerta quando acha que errou e erra tentando acertar, rsrs.

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Isso não é uma homenagem póstuma porque cada um de nós tivemos a oportunidade de usufruir da presença do vovô em algum momento de nossa vida.

Isso é mais uma lembrança carinhosa e um registro grato ao SENHOR por ter nos dado o vovô-papai, porque em tempos modernos onde essa figura é tão negligenciada e desvalida para a sociedade, nós os SILVAS, só somos SILVAS por causa dele, e só somos abençoados porque ele nos "ensinou o caminho que deveríamos andar", junto com a vovó ele construiu uma base para nós, a sua futura geração.

LOUVADO SEJA DEUS por cada palavra que o vovô compartilhou conosco e por cada situação que vocÊs, filhos, tiveram de ver DEUS agindo através de sua correção.

Enfim, "DEUS nos deu e DEUS o levou  para mais perto de si, LOUVADO SEJA O SENHOR."

Com amor e muita alegria

Edjane Silva