5.2 é pique- pique pro papi da polaca

Ah, o que falar do meu pai, meu beiçudo-cabeçudo?

É uma tarefa difícil porque, simplesmente, não se faz mais homens como ele.

Ele é pamonheiro, pedreiro, borracheiro, eletricista, encanador, mecânico, motorista, jardineiro, cantor, poeta e tocador de violão, trovador e contador de histórias. Ele é um passarinho.

Me lembro dele brincando de “cachorrão”, engatinhando pelo chão atrás da gente. Lembro que ele nos metia em aventuras, como andar pelas vigas de concreto em cima do rio Jacu, na Jacú Pêssego (Nova Trabalhadores); eu tinha 6 anos e o André somente 3. Minha mãe nem sonha com isso, rs...

Quando ele chegava das viagens-carretos-e-mudanças e, então, fazíamos a festa.

Lembro também, que no meio da noite fui dormir no quarto deles porque estava com medo e ele cantou pra mim: “Eu não temerei, eu não temerei, oh Senhor... Teu amor livra-me de todo medo”. Foi a única vez que tive medo.

E quando morávamos em Rio Preto, e íamos todo domingo pro sítio? Quando chegávamos no condomínio, ele deixava a gente sentar no colo dele e segurar no volante, fingindo que estávamos dirigindo. Lembro do dia em que ele levou-nos num corguinho, em Talhado e fomos tomar banho naquele rio lamacento. Que festa!!!

Ele também já amansou um porco pra podermos montar nele, rs...

E o que falar das "aulas de mecânica", de “como trocar a resistência do chuveiro”, “como fazer café” etc. Ele me ensinou o nome de todos os carros.

Sabiam que eu fingia que dormia no carro só pra ele me carregar no colo e me pôr na cama?!

E claro, me recordo das muitas surras, os tapas estonteantes na cabeça e os puxões de orelha e dele sempre me expulsando do meio dos homens, rs...

Algo marcante nele é o temor a Deus. E ele sempre fez de tudo para nos ensinar isso.
Ele é responsável e muito trabalhador. Nunca o vi ocioso, deitadão no sofá, comendo e dormindo. Sempre trabalhando. Para ele, não tem tempo ruim, sempre sai para trabalhar com um sorriso no rosto, cantando, assobiando e trovando, sem nunca reclamar. Uma das imagens que eu sempre vou guardar é dele fazendo a contabilidade no final do dia.

Mas há uma coisa que eu amo ainda mais nele: ele é meu protetor. Ele cuida de mim. Me faz sentir amada, princesa. Quantas e quantas vezes ele mandava o Miquéias, e manda o André, até hoje, me acompanharem na rua, mesmo que seja até a esquina! Só para me proteger! (faz sentido, uma beleza rara como a minha, não deve ficar exposta à multidão, rs...)

Ele mesmo acordou as 6 da manhã, durante 3 anos, só pra fazer café pra mim e me levar à escola, todos os dias. Até hoje, ele vai dormir meia noite, porque me busca no metrô, todos os dias, sem reclamar. Ele é meu companheiro, meu amigo.

Ele me leva do outro lado da cidade pra fazer prova, matrícula de faculdade, no cartório pra reconhecer firma, na casa das amigas... Me leva até o fim do mundo. E, se precisar, vai até o fundo do inferno me tirar de lá (aliás, ele já fez isso uma vez). Ele me lembra o amor de Deus. Se eu me sinto amada, cuidada e protegida pelo Senhor, é porque ELE cuida de mim e demonstra esse amor através do meu pai. Ele é meu parceiro. É o homem da minha vida.

Terei sorte se meu “prometido” for metade do homem que meu pai é.

Hoje, meu velhinho faz 52 anos.

 Eu queria que ele vivesse para sempre!

“Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais, até ser dia perfeito.” (Provérbios 4:18)

Te amo, papi!

Feliz Aniversário!

Polaca.

debora cristina ferreira silva